Lote 3A
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Tipo:
Numismática - Moedas do Brasil

XXX Soldos de PRATA, atribuída a "BOTIJA DO RIO FORMOSO", barra do famoso achado que rendeu vários livros, muitas monografias, muita discussão, polemica, estudos, e causa ainda um certo frenesi no meio numismático.Uma PEÇA icônica, cheia de lendas, histórias, uma peça curiosa que nao pode faltar na coleção.História da Botija:------------------------------------------------------------------------------------------------------------BOTIJA DE RIO FORMOSO - UM GRANDE GOLPE!----------------------------------------------------------------Era uma vez... Durante as obras da construção de uma rodovia Federal, a BR 101, que liga à capital à zona da Mata e as praias da área Sul, em 1967, o motorista Manoel Crispin dirigia na ocasião um caminhão caçamba, e esperava que o tratorista "Raimundo" o enchesse, poder transportar o barro. Em certo momento, o tal "Raimundo" teria gritado: "Crispin, parece que a escavadeira quebrou alguma coisa, veja o que é..."O Crispin então teria visto "um botijão de barro quebrado", contendo vários "quadradinhos de cor preta (prata patinada).A partir de então, tomou vulto a história da "botija do Rio Formoso", cidade localizada no litoral de Pernambuco, onde se deu esse "achado".Os relatos acima são baseados no livro do engenheiro Rubens Bezerra, que defendia a autenticidade dessas moedas, mas que, em momento posterior, diante de críticas e exames mais apurados, veio a retratar-se de sua tese, lançando um outro livro, negando agora a veracidade do "achado".Continuando os relatos do primeiro livro do Sr. Rubens Bezerra, temos que " o Sr. Crispin teria dividido o achado com o tratorista Raimundo, tendo embrulhado sua parte num lenço, e levado para casa. O motorista relatou que teria achado "copos de ouro, medalhas (que teriam sido os XXIV florins"), placas de ouro, barras de prata, e diversas moedas de ouro, prata e cobre". Prober levantou a suspeita em relação ao relato, de como teria cabido tudo num lenço. O Sr. Rubens achou que era natural que, a princípio, o motorista omitisse a quantidade de seu achado, e não estranhou a narrativa.O fato verdadeiro é que, considerando todo o material que foi aparecendo no mercado, milhares de moedas, além de barras de prata pesadas (algumas com 800 gramas) e copos, como tudo caberia num botijão apenas?Esse material ganhou a praça, e alguns exemplares foram levado ao Rio de Janeiro no ano de 1973, para a avaliação do Museu Histórico Nacional.Recebeu esse material a Sra. Dulce Ludolf, responsável pela divisão de numismática, que relatou ter recebido para análise 5 moedas quadradas a saber; um XII florins de ouro 1646, III florins em ouro 1645, XII soldos (florins) em prata 1654, XXXX stuivers em prata 1654. A Sra. Dulce comparou os exemplares com os florins de ouro constantes do acervo do museu, e achou que os mesmos "tinham elementos suficientes para serem considerados autênticos", por um exame meramente visual. Esse documento ajudou a "esquentar" as moedas, e sua venda cresceu, fazendo com que mais exemplares aparecessem no mercado, tudo "guardado" pelo tal Crispim.Uma coisa fica perceptível nessa relação acima: Não foi aí apresentada a tal moeda de XXIV florins. Esse dado terá valor para conclusões mais adiante.De história em história, essas moedas e barras tiveram preços inflacionados, chegaram a ser vendidas por pequenas fortunas em certas ocasiões, foram adquiridas por bancos sérios, e até para leilões no exterior as levaram! E curioso era que, da "pequena" quantidade de moedas originariamente achada, foram se "multiplicando exemplares", de início apenas os tipos mais "clássicos", mas depois de 1976, quando foi lançada a pesquisa séria do Prof. Gonçalves de Mello, baseada em documentos colhidos na Holanda, começaram a aparecer as coisas mais delirantes. Surgiram nessa "febre" de obsidionais, "provas de cunho", "barras de corte", "Moedas sem datas", com "datas invertidas", "datas erradas", "cunhagens duplas", "cunhagens em bronze" e todo o tipo de arte que se possa imaginar! Acabaram aparecendo cerca de 2.000 moedas (um cálculo feito à época) e barras de prata, ouro e cobre! E essas coisas eram absorvidas pelo mercado! Tudo "autenticado" pelo parecer dado no Rio de Janeiro, bem como pelos livros escritos que defendiam a tese da autenticidade das peças, embalados pelas "histórias" dos "achadores" da tal botija.A FALSIDADE COMPROVADA DESSAS PEÇAS.Em Recife essas moedas encontraram ferrenhos defensores. Foram escritos 3 ou 4 livros que defendiam a sua autenticidade. O prof. Salazar foi um deles, na sua obra ""As Oficinas Monetárias e as Primeiras Casas da Moeda no Brasil". Um engenheiro recifense, sr Rubens Bezerra, também, a princípio, defendia essa tese, e escreveu uma obra que explicava como essas peças foram cunhadas, sobra o processo que teria sido utilizado, sobre o material que foi encontrado junto (copos, barras, etc...).Mas a coisa quando mais aprofundadamente analisada começou a ceder. Kurt Prober fez um estudo sério, e juntamente com outros, comprovou a falsificação desse material com brilhantes observações. Vamos destrinchar aqui algo seobre o que Prober descobriu, e também algo que pude descobrir estudando esse material e o material levantado pelo prof. Gonçalves de Mello (em seu excelente estudo para a Revista do Ist. Histórico e Geográfico de Pernambuco):- Entre as moedas "encontradas", não houve uma sequer, entre os florins de ouro e o XII florins de 1654, que tivesse o mesmo cunho de uma moeda dessas tida como indiscutivelmente autêntica, como as do museu real da Dinamarca, onde se encontram alguns exemplares desde o séc. XVII. Essa observação foi feita por Prober, de maneira até sarcástica, pois disse que queriam transformar o que era conhecido como autêntico em falso, e o que era falso em autêntico. Prober tem toda razão. Num achado desse tamanho, muito natural que se encontrassem pelo menos alguns dos cunhos tidos como autênticos entre as peças.- As moedas são toscas demais, os estilos não batem com as moedas autênticas. Observação de Prober. Corretíssimo. Olhando as peças autênticas, é impossível não perceber um estilo mais refinado. As de Rio Formoso são grosseiras, algumas mesmo verdadeiras aberrações. Os defensores das moedas diziam que isso era devido à pressa e ausência de pessoal qualificado, mas a análise global do assunto vem a desmentir isso.- Existe uma variedade enorme de cunhos nas moedas da botija de Rio Formoso. Prober chama atenção para esse fato. O prof. Salazar dizia que isso era comprovação de autenticidade, pois um falsário faz um cunho apenas, em seu "modus operandi", e sai batendo várias peças com ele. Isso não pode ser tomado como verdadeiro nesse caso. Conforme a documentação levantada nos arquivos da companhia pelo prof. Gonçalves de Mello, os holandeses tiveram apenas 05/06 dias para preparar todo o processo de cunhagem das moedas em 1654, data da rendição, é só das moedas de prata de XII florins, o prof. Salazar chegou a contabilizar 21 cunhos diferentes! Prober em sua obra "Obsidionais, as primeiras moedas do Brasil", deu-se ao trabalho de catalogar várias e várias "crispetas", como ele chamava essas moedas, e descobriu entre os valores de X, XX, XXX e XXXX stuivers, dezenas e dezenas de cunhos! Isso sem falar nas variedades que nos vimos acima, nas barras datadas de 1654, e etc...Ora, como é que os holandeses, num estado precário de rendição, tendo apenas 5/6 dias para preparar uma cunhagem emergencial, com carências de todo o tipo, poderiam ter aberto dezenas e dezenas de cunhos diferentes, cunhado barras de prata para a venda (já rendidos, em 1654! como venderiam as barras?) e se dado ao luxo de cometer tantos erros de cunhagem e "provas"? Evidentemente que algo aí não soaria muito certo ou coerente...- As barras não constam em nenhum documento encontrado pelo prof. Gonçalves de Mello nos arquivos da GWC. Além disso, trazem carimbos que não conferem com a realidade. Prober estudou os carimbos dessas barras, e descobriu abreviações que não poderiam de maneira nenhuma estar lá! Existem no mínimo 18 tipos e variantes de barras.Vejamos algumas das marcas mais suspeitas:C.I.O. (vide foto). Segundo o engenheiro Rubens Bezerra e o prof. Salazar (defensores do material), isso significaria "Companhia das Índias Ocidentais. Prober rebate isso, com toda razão. Evidentemente seria muito improvável que os batavos usassem o português em suas cunhagens, ainda mais em abreviações!D.H. Abreviação que não encontrou explicação plausível. Prober entendeu que o falsário idiotamente quis se referir a "Domínio Holandês", o que seria simplesmente esdrúxulo!P.J.B. Seriam as iniciais do ourives Pieter Jansen Baas. Prober não fez menção, mas essas iniciais aparecem também em barras cunhadas em 1654. Ora, segundo a documentação levantada nos arquivos da GWC, Pieter Jansen foi embora do Brasil, para nunca mais retornar, em 1647, então, como é que se pode explicar o fato de suas iniciais aparecerem também em barras de prata datadas de 1654?!O.W.I.C. Essas iniciais não poderiam existir! Segundo Rubens Bezerra e o Prof. Salazar, elas significariam "OUDE WEST INDISCHE COMPAGNIE", ou Velha companhia das índias ocidentais. Ocorre que essa denominação "Oude" foi "Criada" pelo prof. Gonçalves de Mello para, em sua obra escrita para a revista do I.H.G de Pernambuco, definir a antiga (Olde) e falida em 1674 Companhia das Índias Ocidentais, diferenciando-a da companhia que surgiu de 1674 até 1717. Essa abreviação surgiu nos estudos publicados em 1973 pelo prof. Gonçalves de Mello, e o falsário a colocou numa barra datada de 1645!! O próprio Gonçalves de Mello falou para Prober que a abreviatura tinha sido criada por ele, para facilitar seus estudos!!, e lá está ela nas barras, o falsário se "enrolou" nas informações que colheu na obra do I.H.G de Pernambuco!- A lei das moedas de ouro é bem inferior à lei das moedas da "botija". Conforme os estudos do Prof. Gonçalves de Mello, as moedas de ouro eram feitas com ouro procedente da Guiné. As dificuldades na cunhagem e purificação do metal naquelas circunstâncias eram evidentes, e as peças comprovadamente autênticas, quando tocadas, revelam uma pureza entre 22K e 24 K, mas nenhuma delas, segundo o Kurt Prober, apresentou permilagem abaixo dos 0,900 milésimas. Já o ouro das moedas da botija gira em torno dos 14K e 16K (0,500 e 0,600), o que faz muito sentido, pois o falsário fez o metal "render" o máximo possível nas suas cunhagens.- Existe na composição das moedas de ouro da "botija" elementos totalmente estranhos, que não poderiam estar numa cunhagem autêntica naquela época e circunstância. O ouro usado na cunhagem autêntica era puro, das minas da Guiné, tal como se comprovou nas moedas originais comprovadas. Entretanto, nas moedas falsas de "Rio Formoso", foi feita uma análise química em 1984, e foi achada a presença de metais e substências estranhas, tais como traços de alumínio, cromo, manganês, níquel e oxigênio (usado em maçaricos!!). A presença mais abundante era a de ferro. Evidentemente que esse material não poderia estar no ouro da Guiné, e como justificar a presença de cromo, níquel e oxigênio nesse ouro?! O ferro poderia até ter sido usado como liga, vá lá, mas níquel?! cromo?!- As moedas de prata têm liga entre 600/700 milésimas, muito inferior as peças autênticas!- As moedas de XXIV Florins só aparecem depois de 1973. A questão é que, só após o lançamento dos estudos sérios do prof. Gonçalves de Mello sobre os documentos holandeses, onde se achou um recibo de um cunho da desconhecida XXIV florins, é que apareceram as moedas de "XXIV" de "Rio Formoso". Ora, quando foram levadas para o Rio de Janeiro as moedas primeiramente "achadas" na botija na década de 60, não constava nenhum exemplar de XXIV florins, apenas os valores de ouro "normais". Isso leva a entender que naquela época não havia o XXIV "na praça", que só veio aparecer depois de 1973!

Peça

XXX Soldos de PRATA, atribuída a "BOTIJA DO RIO FORMOSO", barra do famoso achado que rendeu vários livros, muitas monografias, muita discussão, polemica, estudos, e causa ainda um certo frenesi no meio numismático.Uma PEÇA icônica, cheia de lendas, histórias, uma peça curiosa que nao pode faltar na coleção.História da Botija:------------------------------------------------------------------------------------------------------------BOTIJA DE RIO FORMOSO - UM GRANDE GOLPE!----------------------------------------------------------------Era uma vez... Durante as obras da construção de uma rodovia Federal, a BR 101, que liga à capital à zona da Mata e as praias da área Sul, em 1967, o motorista Manoel Crispin dirigia na ocasião um caminhão caçamba, e esperava que o tratorista "Raimundo" o enchesse, poder transportar o barro. Em certo momento, o tal "Raimundo" teria gritado: "Crispin, parece que a escavadeira quebrou alguma coisa, veja o que é..."O Crispin então teria visto "um botijão de barro quebrado", contendo vários "quadradinhos de cor preta (prata patinada).A partir de então, tomou vulto a história da "botija do Rio Formoso", cidade localizada no litoral de Pernambuco, onde se deu esse "achado".Os relatos acima são baseados no livro do engenheiro Rubens Bezerra, que defendia a autenticidade dessas moedas, mas que, em momento posterior, diante de críticas e exames mais apurados, veio a retratar-se de sua tese, lançando um outro livro, negando agora a veracidade do "achado".Continuando os relatos do primeiro livro do Sr. Rubens Bezerra, temos que " o Sr. Crispin teria dividido o achado com o tratorista Raimundo, tendo embrulhado sua parte num lenço, e levado para casa. O motorista relatou que teria achado "copos de ouro, medalhas (que teriam sido os XXIV florins"), placas de ouro, barras de prata, e diversas moedas de ouro, prata e cobre". Prober levantou a suspeita em relação ao relato, de como teria cabido tudo num lenço. O Sr. Rubens achou que era natural que, a princípio, o motorista omitisse a quantidade de seu achado, e não estranhou a narrativa.O fato verdadeiro é que, considerando todo o material que foi aparecendo no mercado, milhares de moedas, além de barras de prata pesadas (algumas com 800 gramas) e copos, como tudo caberia num botijão apenas?Esse material ganhou a praça, e alguns exemplares foram levado ao Rio de Janeiro no ano de 1973, para a avaliação do Museu Histórico Nacional.Recebeu esse material a Sra. Dulce Ludolf, responsável pela divisão de numismática, que relatou ter recebido para análise 5 moedas quadradas a saber; um XII florins de ouro 1646, III florins em ouro 1645, XII soldos (florins) em prata 1654, XXXX stuivers em prata 1654. A Sra. Dulce comparou os exemplares com os florins de ouro constantes do acervo do museu, e achou que os mesmos "tinham elementos suficientes para serem considerados autênticos", por um exame meramente visual. Esse documento ajudou a "esquentar" as moedas, e sua venda cresceu, fazendo com que mais exemplares aparecessem no mercado, tudo "guardado" pelo tal Crispim.Uma coisa fica perceptível nessa relação acima: Não foi aí apresentada a tal moeda de XXIV florins. Esse dado terá valor para conclusões mais adiante.De história em história, essas moedas e barras tiveram preços inflacionados, chegaram a ser vendidas por pequenas fortunas em certas ocasiões, foram adquiridas por bancos sérios, e até para leilões no exterior as levaram! E curioso era que, da "pequena" quantidade de moedas originariamente achada, foram se "multiplicando exemplares", de início apenas os tipos mais "clássicos", mas depois de 1976, quando foi lançada a pesquisa séria do Prof. Gonçalves de Mello, baseada em documentos colhidos na Holanda, começaram a aparecer as coisas mais delirantes. Surgiram nessa "febre" de obsidionais, "provas de cunho", "barras de corte", "Moedas sem datas", com "datas invertidas", "datas erradas", "cunhagens duplas", "cunhagens em bronze" e todo o tipo de arte que se possa imaginar! Acabaram aparecendo cerca de 2.000 moedas (um cálculo feito à época) e barras de prata, ouro e cobre! E essas coisas eram absorvidas pelo mercado! Tudo "autenticado" pelo parecer dado no Rio de Janeiro, bem como pelos livros escritos que defendiam a tese da autenticidade das peças, embalados pelas "histórias" dos "achadores" da tal botija.A FALSIDADE COMPROVADA DESSAS PEÇAS.Em Recife essas moedas encontraram ferrenhos defensores. Foram escritos 3 ou 4 livros que defendiam a sua autenticidade. O prof. Salazar foi um deles, na sua obra ""As Oficinas Monetárias e as Primeiras Casas da Moeda no Brasil". Um engenheiro recifense, sr Rubens Bezerra, também, a princípio, defendia essa tese, e escreveu uma obra que explicava como essas peças foram cunhadas, sobra o processo que teria sido utilizado, sobre o material que foi encontrado junto (copos, barras, etc...).Mas a coisa quando mais aprofundadamente analisada começou a ceder. Kurt Prober fez um estudo sério, e juntamente com outros, comprovou a falsificação desse material com brilhantes observações. Vamos destrinchar aqui algo seobre o que Prober descobriu, e também algo que pude descobrir estudando esse material e o material levantado pelo prof. Gonçalves de Mello (em seu excelente estudo para a Revista do Ist. Histórico e Geográfico de Pernambuco):- Entre as moedas "encontradas", não houve uma sequer, entre os florins de ouro e o XII florins de 1654, que tivesse o mesmo cunho de uma moeda dessas tida como indiscutivelmente autêntica, como as do museu real da Dinamarca, onde se encontram alguns exemplares desde o séc. XVII. Essa observação foi feita por Prober, de maneira até sarcástica, pois disse que queriam transformar o que era conhecido como autêntico em falso, e o que era falso em autêntico. Prober tem toda razão. Num achado desse tamanho, muito natural que se encontrassem pelo menos alguns dos cunhos tidos como autênticos entre as peças.- As moedas são toscas demais, os estilos não batem com as moedas autênticas. Observação de Prober. Corretíssimo. Olhando as peças autênticas, é impossível não perceber um estilo mais refinado. As de Rio Formoso são grosseiras, algumas mesmo verdadeiras aberrações. Os defensores das moedas diziam que isso era devido à pressa e ausência de pessoal qualificado, mas a análise global do assunto vem a desmentir isso.- Existe uma variedade enorme de cunhos nas moedas da botija de Rio Formoso. Prober chama atenção para esse fato. O prof. Salazar dizia que isso era comprovação de autenticidade, pois um falsário faz um cunho apenas, em seu "modus operandi", e sai batendo várias peças com ele. Isso não pode ser tomado como verdadeiro nesse caso. Conforme a documentação levantada nos arquivos da companhia pelo prof. Gonçalves de Mello, os holandeses tiveram apenas 05/06 dias para preparar todo o processo de cunhagem das moedas em 1654, data da rendição, é só das moedas de prata de XII florins, o prof. Salazar chegou a contabilizar 21 cunhos diferentes! Prober em sua obra "Obsidionais, as primeiras moedas do Brasil", deu-se ao trabalho de catalogar várias e várias "crispetas", como ele chamava essas moedas, e descobriu entre os valores de X, XX, XXX e XXXX stuivers, dezenas e dezenas de cunhos! Isso sem falar nas variedades que nos vimos acima, nas barras datadas de 1654, e etc...Ora, como é que os holandeses, num estado precário de rendição, tendo apenas 5/6 dias para preparar uma cunhagem emergencial, com carências de todo o tipo, poderiam ter aberto dezenas e dezenas de cunhos diferentes, cunhado barras de prata para a venda (já rendidos, em 1654! como venderiam as barras?) e se dado ao luxo de cometer tantos erros de cunhagem e "provas"? Evidentemente que algo aí não soaria muito certo ou coerente...- As barras não constam em nenhum documento encontrado pelo prof. Gonçalves de Mello nos arquivos da GWC. Além disso, trazem carimbos que não conferem com a realidade. Prober estudou os carimbos dessas barras, e descobriu abreviações que não poderiam de maneira nenhuma estar lá! Existem no mínimo 18 tipos e variantes de barras.Vejamos algumas das marcas mais suspeitas:C.I.O. (vide foto). Segundo o engenheiro Rubens Bezerra e o prof. Salazar (defensores do material), isso significaria "Companhia das Índias Ocidentais. Prober rebate isso, com toda razão. Evidentemente seria muito improvável que os batavos usassem o português em suas cunhagens, ainda mais em abreviações!D.H. Abreviação que não encontrou explicação plausível. Prober entendeu que o falsário idiotamente quis se referir a "Domínio Holandês", o que seria simplesmente esdrúxulo!P.J.B. Seriam as iniciais do ourives Pieter Jansen Baas. Prober não fez menção, mas essas iniciais aparecem também em barras cunhadas em 1654. Ora, segundo a documentação levantada nos arquivos da GWC, Pieter Jansen foi embora do Brasil, para nunca mais retornar, em 1647, então, como é que se pode explicar o fato de suas iniciais aparecerem também em barras de prata datadas de 1654?!O.W.I.C. Essas iniciais não poderiam existir! Segundo Rubens Bezerra e o Prof. Salazar, elas significariam "OUDE WEST INDISCHE COMPAGNIE", ou Velha companhia das índias ocidentais. Ocorre que essa denominação "Oude" foi "Criada" pelo prof. Gonçalves de Mello para, em sua obra escrita para a revista do I.H.G de Pernambuco, definir a antiga (Olde) e falida em 1674 Companhia das Índias Ocidentais, diferenciando-a da companhia que surgiu de 1674 até 1717. Essa abreviação surgiu nos estudos publicados em 1973 pelo prof. Gonçalves de Mello, e o falsário a colocou numa barra datada de 1645!! O próprio Gonçalves de Mello falou para Prober que a abreviatura tinha sido criada por ele, para facilitar seus estudos!!, e lá está ela nas barras, o falsário se "enrolou" nas informações que colheu na obra do I.H.G de Pernambuco!- A lei das moedas de ouro é bem inferior à lei das moedas da "botija". Conforme os estudos do Prof. Gonçalves de Mello, as moedas de ouro eram feitas com ouro procedente da Guiné. As dificuldades na cunhagem e purificação do metal naquelas circunstâncias eram evidentes, e as peças comprovadamente autênticas, quando tocadas, revelam uma pureza entre 22K e 24 K, mas nenhuma delas, segundo o Kurt Prober, apresentou permilagem abaixo dos 0,900 milésimas. Já o ouro das moedas da botija gira em torno dos 14K e 16K (0,500 e 0,600), o que faz muito sentido, pois o falsário fez o metal "render" o máximo possível nas suas cunhagens.- Existe na composição das moedas de ouro da "botija" elementos totalmente estranhos, que não poderiam estar numa cunhagem autêntica naquela época e circunstância. O ouro usado na cunhagem autêntica era puro, das minas da Guiné, tal como se comprovou nas moedas originais comprovadas. Entretanto, nas moedas falsas de "Rio Formoso", foi feita uma análise química em 1984, e foi achada a presença de metais e substências estranhas, tais como traços de alumínio, cromo, manganês, níquel e oxigênio (usado em maçaricos!!). A presença mais abundante era a de ferro. Evidentemente que esse material não poderia estar no ouro da Guiné, e como justificar a presença de cromo, níquel e oxigênio nesse ouro?! O ferro poderia até ter sido usado como liga, vá lá, mas níquel?! cromo?!- As moedas de prata têm liga entre 600/700 milésimas, muito inferior as peças autênticas!- As moedas de XXIV Florins só aparecem depois de 1973. A questão é que, só após o lançamento dos estudos sérios do prof. Gonçalves de Mello sobre os documentos holandeses, onde se achou um recibo de um cunho da desconhecida XXIV florins, é que apareceram as moedas de "XXIV" de "Rio Formoso". Ora, quando foram levadas para o Rio de Janeiro as moedas primeiramente "achadas" na botija na década de 60, não constava nenhum exemplar de XXIV florins, apenas os valores de ouro "normais". Isso leva a entender que naquela época não havia o XXIV "na praça", que só veio aparecer depois de 1973!

Informações

Lance

    • Lote Vendido
Termos e Condições
Condições de Pagamento
Frete e Envio
  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª - As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente espertizadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições.

    2ª - Em caso eventual de engano na espertizagem de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não será mais admitidas quaisquer reclamação, considerando-se definitiva a venda.

    3ª - As peças estrangeiras serão sempre vendidos como Atribuídas.

    4ª - O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª - Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação.Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª - Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catalogo.

    7ª - Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª - O Leiloeiro colocará a titulo de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª - O Leiloeiro se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª - Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª - O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª - Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª - As peças adquiridas deverão ser pagas IMPRETERIVELMENTE em até 72 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    14ª - O descumprimento destas condições pelo arrematante resultará na impossibilidade do mesmo alegar qualquer fim de direito, ficando eleito o foro do estado do Rio de Janeiro; Comarca da Capital, para dirimir qualquer incidente alusivo à arrematação.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    Até 03 dias Uteis após o Fechamento do Leilao.

    Dados para pagamento:
    NUBANK - 0260
    Agência: 0001
    Conta Digital: 53592319-9
    Favorecido: Fernanda dos Santos Gianzanti Mello (numismtica juno)
    CNPJ: 38.983.891/0001-16

    PIX: 38.983.891/0001-16 (CNPJ)

    LINK DE PAGAMENTO - PAGAMENTO COM CARTÃO DE CRÉDITO DIVIDIDO EM ATÉ 5X, nessa modalidade inside juros de 10% da sobre o valor total dos arremates a encargos do armatante.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de exclusiva responsabilidade dos arrematantes.

    Veja nas Condições de Venda do Leilão.
    Despachamos para todos os estados mediante ao pagamento do PORTE + EMBALAGEM + SEGURO de 2,00% + AR ( TAXA DOS CORREIOS ). Não mandamos por carta.